Medicina que arquiteta a vida

           O que Galileu e Giordano Bruno tinham em comum? As teorias de Koper e o interesse pela observação dos astros e, sem maldade, as costas quentes. Nos primeiros 2 aspectos nenhuma surpresa. Já no terceiro, Bruno foi assado vivo, Galileu era amigo do papa e isso evitou que fosse queimado vivo. Bruno é herói. Galileu viveu para contar a história.

            E o que isso tem a ver com o título do texto? Nada. Nada mesmo. Só me recordei disto porque um grupo de seminário levantou 3 importantes figuras da humanidade e o que elas tinham em comum. As 3 estudaram medicina, mas exerceram outras profissões (o que é bem menos perigoso do que o contrário). Galileu, Joseph e um sujeito de nome esquisito que mais parecia modelo de cueca para agradar a mulherada. Sou horrível com nomes. Só me lembro que começava com V. Daí pra frente só me recordo de piadas infames, como a sugestão de nome para o próximo filme de Márcio Garcia, que contará com a presença ilustre e magnânima (sempre quis usar esta palavra!) de Ronaldo Fenômeno. V, de vigilantes do peso. Filmaço para o Ronaldo participar. Sem maldade. Já estão acertando até a participação do Adriano para fazer uma ponta no filme, se ele não estiver de férias na marginal sem número.

           Juntando o sofrimento da perseguição e a ciência, me recordei de uma ilustre figura brasileira. O sanitarista Oswaldo Cruz assumiu um cargo público federal e, em outubro de 1904, lançou a primeira campanha de vacinação obrigatória contra a varíola (conhecida lá fora como pox). Também criou as Brigadas Mata Mosquitos e campanhas de extermínio aos ratos. Se você acha que é muita informação inútil e não relacionável para apenas 3 parágrafos, parabéns, tenho duas boas notícias para você leitor. A primeira é que você tem bom senso. A segunda é que você sabe contar até 3.

           Para que todos esses projetos fossem adiante, derrubaram-se cortiços e prédios velhos que traziam problemas para a cidade do Rio de Janeiro. Claro que a população se revoltou. Nossos brilhantes militares, que naquela época não recebiam a devida instrução que a formação militar exige, tomaram frente nestes movimentos. Todo mundo estava com medo da vacina. Não encontrei relatos históricos, mas me parece que o brilhante doutor lançou o primeiro plano de extensão de “condomínios horizontais” nos morros cariocas, praticamente fazendo dele o criador do carioca way of survive, em contraposição ao famoso american way of life.

           A descrição dos acontecimentos relata, em média, cerca de 50 mortos e 110 feridos (me recuso a oferecer detalhes do método de obtenção desta informação). A revolta deve ter matado mais que a varíola naquele ano. Ainda, de acordo com historiadores, muitos foram presos e deportados para o Acre. Fala sério, melhor morrer no Rio do que viver no Acre. Queima o sujeito na fogueira. Mandar para o Acre, como diria a nossa amiga fã do Restart “é uma puta falta de sacanagem”. A essa altura do texto, tenho certeza que Foucault está se revirando no túmulo simplesmente por que não citei o renomado “O Nascimento da Clínica”. Menos Foucault, menos.

Rafa

1 comentários:

Mariana disse...

Poxa, eu não faria questão nenhuma de ir morar no Acre...

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