Matar é preciso

             Não podia passar esse semestre sem citar a morte de Osama. Prometo não ser prolixo (mais uma palavra que sempre quis usar!). Não vou defender nenhum dos lados. Osama morreu porque assim tinha que ser. Obama o matou por que precisava. Quantas coisas podem fazer sua popularidade subir 11% em um dia? Uma chuva de aviões e uma missão super secreta estão nesta lista restrita. Cada um matou e morreu pelas suas crenças. Mas também não posso deixar de fazer as devidas comparações com o nosso mundo.

           Na segunda-feira da morte de Osama, no Rio de Janeiro, uma triste notícia abalou a torcida do Vasco da Gama. Tendo sido vice-campeão do Estadual, agora o Vasco conseguia ser vice até nas bancas. Perdia, sem contestações, para a notícia da morte de Osama. Até a notícia da derrota do Vasco foi vice. O torcida frustrada.

            De todas as pessoas no mundo, a mais aliviada com a morte do Osama foi o Wally. Agora ele voltou a ser o mais procurado pelas agências de inteligência do mundo todo, o que deve garantir à série de livros “Onde está Wally” mais uma sobrevida. Poderiam lançar edições especiais. “Onde está Wally? – Bagdá Café”, “Onde está Wally? – A era do gelo”, ou então o brasileiríssimo “Onde está Wally? – Capitão Nascimento interroga”.

           Por que tantas versões cinematográficas sugeridas? Porque a notícia da morte de Osama foi coisa de cinema. O prefácio foi escrito em 11 de setembro. O encerramento foi incrível. Roteiro Hollywoodiano. Comando Delta desembarca de helicóptero, invade a casa e heroicamente metralha mulheres, crianças e velhos. O mal foi extirpado. Não tenho nenhuma afeição por Osama. Acho que foi só mais um radical que precisava ser morto. Mas não precisavam fazer disto uma propaganda e um roteiro de re-eleição.

          O melhor de tudo é ver que os métodos eficientes de tortura, com base científica conhecida e ampla utilização histórica, serviram de base para a descoberta do esconderijo. Algumas coisas não mudam nunca, não dependem de tempo histórico nem de contexto. Não chegam a formar uma verdade universal, mas tanto os modernistas quanto os atuais sabem. Matar é preciso. Justificativas nunca faltarão.

Rafa

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